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Taurus Armas (TASA4) e seu crescimento sustentável

Data: 26.05.2021




Com o ousado objetivo de ser a maior fabricante mundial de armas de fogo, a multinacional brasileira Taurus Armas SA, que na categoria revólver já ocupa tal posto, tem apresentado resultados consistentes e repletos de recordes, além de despertar o interesse do mercado para tal crescimento. Afinal, a que se deve essa reviravolta? Os números apresentados pela empresa são de fato consistentes? Essas respostas estarão nos próximos parágrafos.

O TURNAROUND
Em 2015, quando a CBC assumiu o controle da companhia, esta passava por momentos complicados não apenas de imagem, mas principalmente financeiros. Como já é de conhecimento de todos, o novo controlador deu início então a um plano de Turnaround, que teve momento fundamental em 2018 quando Salésio Nuhs assumiu o posto de CEO Global da companhia, assim como Sérgio Sgrillo assumiu o cargo de CFO. Ambos foram peças fundamentais no processo de reengenharia e, no ano seguinte, passaram a se aproximar dos acionistas, com participação periódica em lives e respostas rápidas no canal de Relação com Investidores. Tal mudança na gestão da companhia, acompanhada da reengenharia robusta descrita com detalhes no artigo Taurus Armas: Um novo patamar.

Logicamente, toda essa mudança foi transmitida pela companhia ao mercado através de uma sequência de resultados recordes reportados. Com isso, a empresa viu seu valor saltar de aproximadamente R$ 61 milhões em 2015 para aproximadamente R$ 2,1 bilhões ao encerrar o 1° trimestre de 2021, uma valorização de aproximadamente 35 vezes. Daí, então, retorna-se o questionamento: tal crescimento seria sustentável ou a empresa está apenas surfando em uma onda?

PORTFÓLIO DIVERSIFICADO
O CEO Global da companhia faz questão de ratificar em todas as suas lives que a Taurus é uma empresa de armas e não apenas de pistolas ou revólveres. Dessa forma, a empresa pode oferecer aos seus clientes um portfólio completo de produtos, estando pronta para atender consumidores que buscam armas para defesa pessoal, praticantes de caça e tiro esportivo, colecionadores, militares, policiais, guardas civis e até mesmo organizações civis, policiais e militares que busquem armas curtas e táticas.

MERCADO CIVIL
Origem principal das receitas da companhia, o mercado civil é hoje o principal foco da empresa, que, a fim de ter continuidade e previsibilidade em seus resultados, faz questão de reforçar que este é o seu principal objetivo. Para esse público a empresa apresenta constantes lançamentos repletos de inovação, como é o caso da “família G”, a qual pertencem as pistolas G2c, G3, G3c e a recém-lançada GX4 (lançada em 19/05/21), que teve seus estoques esgotados em menos de 24h após seu lançamento nos EUA. É importante destacar que toda a “família G” conquistou sucesso de vendas, sendo a G2c, ao final de 2020, a pistola mais vendida do mundo em sua categoria.

No quesito “armas diversas”, a Taurus Armas já está entre as três maiores fabricantes do mundo e, de acordo com último relatório anual publicado pelo Departamento de Defesa Americano, a Taurus já é hoje a marca mais importada pelos EUA, onde só atua atendendo ao mercado civil.

É importante destacar que tal mercado proporciona à empresa linearidade nos recebíveis e certa previsibilidade em projeções.

MERCADO MILITAR
O fornecimento de armas curtas e táticas para os mercados policial e militar, nacional e internacional, é hoje tratado pela empresa como receitas extraordinárias, o que proporciona aos resultados da companhia incremento de receita que foge da previsibilidade do mercado civil. Tal fornecimento se dá através de licitações internacionais, onde a empresa tem a oportunidade de apresentar e atestar a países do mundo inteiro o resultado do seu robusto padrão de qualidade, como foi o caso das recentes licitações vencidas pela Taurus, listadas nos artigos a seguir:

Taurus: com vitória em nova licitação de fuzis, empresa reforça presença nas Filipinas

Taurus vende fuzis e pistolas para país africano, com possibilidade de maiores quantidades

Taurus: Polícia Real da Malásia poderá adquirir fuzis T4 e submetralhadoras SMT9

Taurus vende 4.500 pistolas TH9 para Burkina Faso

NOVOS MERCADOS
joint venture entre a Taurus Armas e a indiana Jindal Defense mudou a estratégia inicial anteriormente traçada, que no primeiro ano era de produzir apenas armas para uso civil, passando agora a ênfase no mercado militar e de segurança.

Acredita-se que a mudança tenha sido ocasionada principalmente pela premência que a Índia tem para dotar suas tropas com armamento leve (fuzis, submetralhadoras e pistolas) moderno e eficiente, já que a maioria do que está em uso é antigo, obsoleto e, em muitos casos, apresenta problemas. 

É relevante ressaltar que a prioridade do país asiático é que a produção normal dessas armas aconteça dentro das duas grandes diretrizes estabelecidas para a Área de Defesa: Make in India (Fazer na Índia) e Atmanirbhar Bharat (Índia Autossuficiente).

No entanto, o Exército da Índia tem extrema urgência para substituir os fuzis CQB (mais curtos, para combate aproximado) em uso pelas tropas que guarnecem as fronteiras com a China e com o Paquistão e, para tanto, lançou uma grande licitação para aquisição emergencial de 93.985 fuzis, onde a Taurus irá disputar com seus fuzis T4 5,56mm. 

As robustas características do T4 fazem com que o Fuzil seja o preferido das forças de segurança brasileiras e de alguns outros países, como a Gendarmeria Nacional do Senegal e a Polícia Real de Omã, que já o adotam como arma padrão. Ideal também para o uso militar, o Fuzil T4 foi o escolhido para dotar o Exército das Filipinas após ter vencido a histórica e recente licitação internacional citada acima, onde concorreu com armas fabricadas por grandes empresas mundiais do setor. A licitação é histórica porque foi a primeira vez que o Exército Filipino adquiriu um fuzil fabricado fora dos Estados Unidos (e também por ter sido a primeira vez que o fuzil T4 foi vendido para um exército).

CONDOMÍNIO INDUSTRIAL
Em fase de construção e em linha com o processo de crescimento da empresa, o condomínio industrial tem a proposta de trazer para perto da sede brasileira seis dos seus mais importantes fornecedores, proporcionando à companhia ganhos logísticos e maior controle de qualidade, além de propiciar novas expansões na capacidade produtiva.

O condomínio, localizado em São Leopoldo, abastecerá com peças as fábricas do Brasil, EUA e Índia, podendo também atender a futuras demandas da Taurus em outros países.

BACKORDER
Muito se tem falado do gigantesco backorder da companhia no ano, isso devido ao grande aumento da demanda pelos produtos da empresa que, apesar de estar operando a plena capacidade na fábrica brasileira e já ter aumentado a capacidade produtiva da fábrica americana em 50%, vê sua carteira de pedidos aumentando significativamente. O backorder significa pedidos já efetuados, contando como uma entrada de receita no caixa da companhia no futuro, garantindo à empresa maior previsibilidade em projeções. No último resultado publicado, a companhia informou que já conta com um backorder de 2,3 milhões de armas, número este que já supera toda a produção de 2020 e que, de acordo com o CEO, será 100% atendida em 2021, com exceção dos pedidos efetuados neste ano, que serão atendidos em 2022.

EFICIÊNCIA E EFICÁCIA
Com os excelentes resultados divulgados em 2020, bem como no 1T21, e suas projeções para o ano em curso, a Taurus já provou ao mercado que o objetivo almejado pela gestão atual foi eficazmente alcançado e que hoje a empresa galga novos patamares de eficiência, potencializando margens e indicadores. O mix perfeito de receitas contínuas, receitas extraordinárias, crescimento exponencial de vendas e backorder também crescente propicia à empresa um estágio que não é momentâneo, mas que sem dúvidas perdurará por longos anos, tendo ainda muitos frutos a serem colhidos por seus acionistas.


Texto escrito por Christian Lima com a colaboração da LRCA Consulting. Christian Lima é graduado em Engenharia de Produção pela Universidade Veiga de Almeida, possui MBA em Gerenciamento de Projetos pela FGV e é graduando em Engenharia Civil pela UNESA. Atua no setor de construção civil há dez anos e no mercado de importação há seis anos. Estuda e investe no mercado financeiro há quatro anos.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal
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fonte:https://www.smallcaps.com.br/taurus-armas-e-seu-crescimento-sustentavel/



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