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Taurus Armas: os motivos de ser uma empresa antifrágil

 

 

*LRCA Defense Consulting com a colaboração do engenheiro e investidor Christian Lima

 

Como o erro e o imponderável são fatores sempre presentes na vida, não há como evitá-los, por melhor, mais detalhado e mais ponderado que o planejamento seja feito. No entanto, o caos, o imprevisto e o indesejado gerados por tais situações podem ser positivos, desde que sejam bem aproveitados, e é nisso que se baseia o conceito de antifragilidade.


Antifrágil é um adjetivo utilizado para descrever organizações ou pessoas que se fortalecem e florescem com o caos. É uma característica diferente da robustez e da solidez, porque além de serem fortes o suficiente para aguentar um choque, tais organizações e pessoas se desenvolvem devido aos choques e crises.


O conceito foi desenvolvido por Nassim Nicholas Taleb, professor, trader e gerente de um hedge fund, em seu livro "Antifrágil: coisas que se beneficiam com o caos", lançado em 2012.

 

O caso da Taurus Armas

Na primeira década deste século, a Taurus Armas (então Forjas Taurus) era uma empresa pujante com unidades no Brasil e nos EUA, para onde exportava cerca de 85% de seus produtos. Nos EUA, seus revólveres e pistolas já eram um sucesso, especialmente os disruptivos revólveres das séries Judge e Taurus Bull, e a pistola PT92.


Em 2007, as ações da empresa bateram recordes de valorização, embaladas pelo melhor desempenho comercial de sua história até então, chegando ao pico de R$58,88 ou cerca de US$30,00 em valores da época. No entanto, em 2008, a Taurus começou o seu "inferno astral", que se estenderia até 2014/2015. É relevante lembrar que em 2008 aconteceu uma das maiores crises financeiras internacionais desde o crash da bolsa em 1929, atingindo os EUA e impactando as vendas da Taurus naquele país, seu maior cliente, causando também grandes perdas nas principais ações brasileiras.


Junto com um cenário internacional totalmente adverso e com uma grande retração nas vendas nos EUA, a empresa passou a sofrer também problemas administrativos que causaram repercussões na imprensa e fizeram com que as ações fossem desvalorizadas. Além disso, a partir de abril de 2010, as ações sofreram com alguns mal planejados desdobramentos e grupamentos. Com outros problemas administrativos vindo à tona, entre altas e baixas, as ações atingiram um valor mínimo de apenas R$ 1,00 no final de 2015.


Em 2015, a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) passou a exercer seus direitos como controladora da Taurus, resultado de um movimento que teve início em 2014 com a compra de ações da companhia e, posteriormente, com um processo de aumento de capital. Quando a CBC adquiriu o controle da Taurus, Salesio Nuhs era o vice-presidente Comercial e de Relações Institucionais da CBC e passou a ocupar também o cargo de vice-presidente de Vendas e Marketing da empresa gaúcha, sendo promovido ao cargo de CEO Global em janeiro de 2018.


Experiente, dinâmico, proativo e um grande estrategista, o executivo atua há 32 anos no segmento de armas e munições e é uma das mais importantes referências nesse mercado, possuindo um amplo e profundo conhecimento de sua operação e dos mercados brasileiro e internacional. Nuhs é também Presidente da Taurus USA, da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições – ANIAM e membro do Conselho Consultivo do Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército Brasileiro.


Em 2005, quando o governo pretendia acabar com o comércio de armas no Brasil através de um referendo, Salesio Nuhs - como é do seu feitio arrojado - assumiu a liderança nacional do movimento contrário, resultando em uma esmagadora vitória do "Não" com a maior votação que um pleito já teve no País (63,94% dos votos contra a proibição do comércio de armas e munição no Brasil).

 

Após fazer um diagnóstico inicial da Taurus e retirá-la das antigas instalações em Porto Alegre no ano de 2015, centralizando a produção em São Leopoldo, a CBC, tendo Salesio como ponta de lança, passou a promover uma robusta reengenharia na filosofia empresarial e nos processos tecnológicos, operacionais e administrativos que transformaram radicalmente a “velha Taurus".


A "nova Taurus" atuou de forma decisiva na redução de custos e desperdícios, realizando análises dos giros de estoques de matérias primas e maior frequência de inspeção para redução de perdas, bem como constantes auditorias e identificação de oportunidades com fornecedores e outros parceiros.


O moderno mix de armas, especialmente as desenvolvidas a partir de 2017, passou a ter foco no tripé Inovação, Tecnologia e Qualidade. Neste último quesito, a empresa estabeleceu padrões superiores às normas técnicas exigidas pelo mercado internacional. Em termos operacionais, as diversas mudanças focaram em oferecer produtos de qualidade, com tecnologia incorporada, competitivos no mercado mundial e que proporcionassem maior rentabilidade para a operação.


Assumindo como CEO Global em 2018, Salesio Nuhs montou uma competente equipe de executivos e impulsionou decisivamente as transformações, realizando o mais icônico turnaround empresarial deste século no Brasil, tanto na unidade brasileira como na norte-americana, onde mudou a sede para a Georgia em 2019 (com muitas vantagens), trocou o CEO local por um executivo dinâmico e experiente, e dinamizou os processos de produção, vendas, marketing e inteligência de mercado, passando a responder prontamente às necessidades e desejos dos consumidores.


Com relação à dívida, estabeleceu um rígido controle de despesas e do custo final, que começa já no Departamento de Engenharia, quando novos produtos são planejados e desenvolvidos. Aliando este fato a toda uma reengenharia financeira, o que se vê hoje é que a alavancagem da companhia, medido pela relação do EBITDA dos últimos 12 meses sobre a dívida líquida em 30/09/22, caiu de um índice de 11,2 em 2014 para apenas 0,23 ao final do 3T22, mostrando que 23% da geração de caixa anual medida pelo EBITDA seria suficiente para quitar a totalidade da dívida bancária registrada em 30/09/22.

 

Salesio também criou o CITE - Centro Integrado de Tecnologia e Engenharia Brasil/EUA, centralizando no Brasil todo o desenvolvimento de novas armas e tecnologias disruptivas, como grafeno, nióbio, DLC e polímero de fibras longas. O CITE é alimentado pelo Setor de Inteligência de Mercado da empresa, que procura antecipar tendências e necessidades dos consumidores.


Em 2020, a empresa firmou uma joint venture com o poderoso Grupo Jindal para produzir armas na Índia. A fábrica, que deverá entrar em operação em breve, já está participando de vultuosas licitações para fornecer armas às enormes forças armadas, policiais e paramilitares desse país, bem como a seu inexplorado e gigantesco mercado civil.


O executivo e sua equipe criaram um projeto estratégico de expansão 2020/2025, com o objetivo de tornar a Taurus a maior e melhor fabricante mundial de armas leves, o que já foi alcançado com três anos de antecedência. Nesse bojo, foi estabelecido um Condomínio de Fornecedores junto à empresa e estão para entrar em operação as modernas Células de Manufatura Autônomas, baseadas em robotização e inteligência artificial, que trabalharão por meio de Processos Tracionados de Valor.


Juntamente com o processo de Trem Logístico que está sendo estabelecido e a construção de novas instalações, a síntese culminará na transformação da Taurus em uma Indústria 4.0, possibilitando que a empresa passe a ser também um hub de fornecimento de produtos acabados, kits e peças para as unidades dos EUA e da Índia.

 

O elevado padrão de qualidade, tecnologia e inovação que passou a caracterizar a Taurus, especialmente a partir de 2018, já recebeu diversas premiações nacionais e 38 prêmios internacionais, entre eles os mais importantes da indústria de armas dos EUA.

 

Recentemente, em face da inequívoca intenção do governo de desarmar o cidadão e de desarticular a indústria e o comércio de armas, Salesio Nuhs - fazendo jus ao seu passado de lutas em prol do mercado brasileiro de armas e do direito inalienável de os cidadãos poderem exercer com liberdade a legítima defesa pessoal, de sua família e de seus bens - chamou para si a difícil missão de tentar salvar o mais importante, ou seja, procurar preservar e defender o setor, lutando pela manutenção de milhares de empregos e pelo direito de milhões de brasileiros, mas agindo com oportunidade, racionalidade, coragem e responsabilidade para fazer o certo e conquistar o que é possível dentro do atual cenário.


Antifragilidade

Uma empresa que, em 2014, estava em estado pré-falimentar, enfrentando dívidas e problemas administrativos, só sai dessa situação e se torna a maior vendedora de armas leves do mundo (com alavancagem inexpressiva, múltiplos prêmios de qualidade no mais exigente mercado mundial e tecnologias disruptivas) se tiver uma característica decisiva: a antifragilidade.


É por ser antifrágil que a Taurus não somente enfrentou e sobreviveu à grave crise que a assolava, como cresceu e floresceu com ela. Entendendo o que se passou e aceitando essa condição, a empresa, com uma atitude proativa, oportuna e consciente, aprendeu com seus erros e evoluiu a partir disso.


No caso da Taurus, não há dúvidas de que um nome se destaca. Além de sua competência, proatividade, senso de estratégia, capacidade de enfrentar as crises e de aprender com os erros, Salesio Nuhs se enquadra perfeitamente no conceito de uma pessoa e de um administrador antifrágil, capaz de tomar decisões acertadas no meio do caos, de modo a torná-lo uma oportunidade, como fez com a Taurus.


Além disso, Salesio também se caracteriza por saber escolher, liderar e motivar os principais colaboradores da empresa, haja vista ter montado uma invejável equipe de competentes e dinâmicos executivos que colaboram decisivamente para que os objetivos da Taurus sejam atingidos. Os permanentes exemplos de trabalho, de dedicação e de seriedade de Salesio Nuhs e de seus executivos são os faróis que estimulam e conduzem os mais de 3.500 colaboradores da empresa, engajando-os e os tornando partícipes decisivos nas inegáveis conquistas da empresa.


*Este é um resumo do texto publicado pela LRCA Defense Consulting. Para conferir o conteúdo original na íntegra, acesse: www.lrcadefenseconsulting.com/2023/01/taurus-armas-os-motivos-de-ser-uma.html



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